sexta-feira, 29 de agosto de 2008

perguntaram-me: nunca mais postaste nada?

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Não, nunca mais postei nada. Tenho estado de preguiça. Preguiça é aquele direito inalienável a não fazer nada e não sentir qualquer tipo de remorso por isso. Preguiça é aquela sensação boa de ter um monte de coisas para fazer e fechar os olhos, deixar correr uma brisa muito leve, quase imperceptível, ouvir a vida a passar lá ao fundo, no seu histerismo cansativo, e não nos preocuparmos nada com isso. Preguiça é uma tarde de verão, quando tudo pára à nossa volta, o relógio não tic-taqueteia mais e os nosso pensamentos ficam macios e suaves. Preguiça é ler o Tom Sawyer, a Ilha do Tesouro e Jules Verne em tardes dessas e nunca mais na vida o esquecer. Preguiça é assistir a uma sessão dupla ou tripla de clássicos do cinema, num preto e branco glorioso, e só ir para a cama quando os autocarros guincham na curva da avenida de Roma. A preguiça consegue provavelmente ser um dos estados mais proveitosos para a nossa felicidade.
Pois quem me arrancou da preguiça foi a Ana Paula, com um post que me trouxe gostosamente à memória os meus preciosos dias de preguiça. Boas férias! E não se esqueçam: a preguiça só é boa porque acaba um dia.

2 comentários:

Ana Paula Sena disse...

Obrigada, Mec.! :) Também já tenho que arrancar da preguiça depois de amanhã!

Mas adorei este texto que diz tanto: do magnífico que é deixar a preguiça envolver-nos sem qualquer sentimento de culpa por isso! Tal e qual como é delicioso recordar o Júlio Verne ou o Eça, e sentir que a preguiça é mesmo boa, sobretudo porque acaba um dia... Exactamente por isso!

A imagem é tão gira! :)

Um grande beijinho!

Maria Eduarda Colares disse...

Boa preguiça para o tempinho que ainda resta e bom regresso à realidade.
beijo e obrigada